domingo, 8 de abril de 2012

Livro conta a história do primeiro filme pornô nacional

Coisas Eróticas sendo exibido no Cine Windsor
Hoje o terceiro maior produtor de filmes pornográficos do mundo, o Brasil teve sua primeira vez no mercado de filmes adultos há trinta anos. Em 1982, estreava Coisas Eróticas, longa-metragem dirigido por Raffaele Rossi, um italiano radicado em São Paulo. Toda a história de produção, filmagens e bastidores das primeiras cenas de sexo explícito do cinema nacional é contada no recém-lançado livro Coisas Eróticas – A História Jamais Contada da Primeira Vez do Cinema Nacional, dos jornalistas Denise Godinho e Hugo Mora. 

A obra narra como Rossi, após ver o filme Império dos Sentidos (Ai no korîda, 1976), do diretor japonês Nagisa Oshima, durante a segunda edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no Masp, teve a ideia de filmar o primeiro pornô nacional. Conforme conta o livro, Rossi achara que ”as cenas de sexo de Império dos Sentidos não excitavam e chegavam a beirar o escatológico”, quando, na verdade, o “sexo deveria ser excitante”. 

O resultado final, espécie de pornochanchada mais apelativa, fez sucesso entre o público brasileiro: Coisas Eróticas levou às salas de cinema um público oficial de 4,7 milhões de espectadores, mesma bilheteria de Carandiru e Se Eu Fosse Você, marcos da retomada do cinema nacional. E se forem levados em conta ingressos não computados e cópias piratas, é possível que o longa tenha alcançado uma plateia semelhante à de Tropa de Elite 2, por volta dos 11 milhões de espectadores. O fato é que, durante as semanas em que foi exibido, o filme provocaria filas em frente ao Cine Windsor, no centro de São Paulo, que chegou a receber 3 mil pessoas por dia. 

Os autores Denise Godinho e
Hugo Moura
"Na época, era possível burlar esse esquema de contagem. É impossível afirmar um número, mas passa fácil dessa marca. Não se trata de uma opinião nossa. É um fato que levantamos", afirma Hugo Moura, um dos autores. O livro de Hugo e Denise Godinho começou como um trabalho de conclusão de curso na faculdade, com formato de curta-metragem. Após passar pelo crivo da academia, o projeto acabou virando um longa-metragem ainda inédito, que deve estrear no segundo semestre deste ano. A partir daí, surgiu o convite para contar a história também em livro. "Quando começamos a pesquisar, vimos que quase não havia informações sobre o filme. O gênero é o patinho feio do cinema", emenda Moura, natural de São Bernardo. "É um filme completamente amador e que ilustra bem a primeira vez: desajeitado e inocente”, finaliza. 

Sucesso comercial, o filme acabou sendo um divisor de águas. A partir de Coisas Eróticas, os exibidores do centro paulistano passariam a priorizar filmes de sexo explícito, induzindo os cineastas da Boca do Lixo a investir em produções do gênero, liberado a partir do precedente obtido por Coisas Eróticas junto à censura.

Serviço



Título: Coisas Eróticas: A Historia Jamais Contada da Primeira Vez do Cinema Nacional
Autores: Denise Godinho e Hugo Moura
Preço: R$ 35,90
Páginas: 200
Editora: Panda Books




Com informações de Veja.com e Diário do Grande ABC


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